Se é para ser... então vamos lá...

Já se sentiu tão cansada de tudo e de todos, que parece não aguentar ou querer ficar viva? Eu me sinto assim todos os dias, busco propósitos para que ainda esteja viva e mesmo acreditando que Deus tem um proposito para tudo e para todos, ainda não consegui encontrar o meu. Na maioria do tempo estou bem, feliz e sorrindo... na maioria das vezes me cerco de pessoas e/ou coisas que possam me manter distante dessa nuvem negra que vive dentro de mim, desde sei lá... sempre. As coisas deveriam melhorar quando eu descobri e me libertei do fardo de saber que eu gosto de garotas também, mas nada ajudou muito. Eu ainda sou a mesma esquisita estranha de sempre. Mas... eu vim aqui para contar um pouco mais sobre a minha história e simplesmente ignore o meu drama eterno aí em cima. Eu tinha exatamente 31 anos quando me vi apaixonada por uma garota, eu tinha medo de pensar nisso, até mesmo de aceitar que isso poderia estar acontecendo, mesmo eu sempre sendo a pessoa que dava força a todos os amigos gays de se libertar. Nunca me considerei uma pessoa preconceituosa e passei a vida inteira me punindo se eu fizesse algo do tipo, bom eu ainda faço muito isso, mas quando descobri que eu podia estar gostando de uma menina, me senti com raiva de mim. Quer dizer que não bastava ser gorda, feia, chata e irritante ainda tinha que ser sapata? É um pensamento muito ruim eu sei, mas passou tanta coisa pela minha cabeça na época e com certeza essa foi uma delas. Demorei semanas para digerir e compreender que tudo não era errado, que tudo não era ruim e que sim eu estava gostando de uma menina. Como entender o coração, hum? Ela era linda e doce, me fez pela primeira vez me sentir querida, desejada e amada... ninguém nunca tinha feito isso, sorria para mim como se eu fosse importante e por algum tempo até acreditei que fosse reciproco, mas... e sempre tem um mas... não era. Entendi por fim que não era fácil, se apaixonar, se aceitar e então contar as pessoas a sua volta que isso está acontecendo contigo. Foi tenso falar a primeira vez em voz alto, foi dolorido aceitar que estava acontecendo e foi ainda mais difícil contar para uma das minhas melhores amigas, mas eu consegui... passei para frente isso, mesmo ainda escondendo de metade do mundo... não acho que o mundo tenha nada a ver com isso e não tem o direito de saber sobre o meu coração, mas sei também que um dia terei que contar. Ainda tem exatamente duas pessoas que morro de medo de contar, porque não tenho ideia da reação e uma delas é minha mãe. Enquanto não há necessidade de assumir nada e ter que ir para frente com isso, eu vou deixando tudo as escondidas. Talvez eu tenha que agradecer a garota que me fez abrir os olhos, talvez não... só sei que foi bom deixar esse lado da minha da livre e talvez tenha sido uma das coisas mais difíceis que já tenha feita na vida!!!!

1 comentários:

selwyn disse...

Ok, não sei se rio ou se choro com esse post. Digo rir, porque você sempre teve o dom, seja em turnos, fanfics, ou textos, como este, de contar as coisas de uma forma engraçada, arrancando risos do leitor durante o texto. Porém, ao mesmo tempo sei o quão delicado é esse início. O contar ou não contar, para quem contar, quem confiar....e aquela pergunta que no começo sempre surge na nossa cabeça "vale a pena assumir tudo?" porque de certa forma, dependendo de para quem você conta, isso significa abandonar todo o relacionamento (seja mãe, pai, avó, irmão..o que for) que construíram até ali. Não sei você, mas eu me perguntava...até que cai na real. A resposta era óbvia, estava na minha frente: ÓBVIO QUE VALE A PENA SER QUEM EU SOU! Lógico que não é tão simples assim, nem tão fácil. Mas a verdade é que se você for tão importante para a pessoa, como ela é para você, não tem o que temer. Pode cair a casa, pode demorar...mas ela vai aceitar, por amar e querer o melhor para você. Talvez soe um pouco clichê demais e sem "comédias" esse comentário, diferente do que eu costumo escrever...mas é um assunto sério, e eu acho que merecia um comentário sério também! ;)
beijinhos

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